A depressão é uma grave doença que afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo mundo.
O CACHORRO NEGRO DA DEPRESSÃO
O vídeo é uma animação curta (4 minutos), mas envolvente e didática, que trata a depressão com seriedade e sensibilidade que o tema exige. O filme tem como personagem um homem que conta sua história de convivência com a depressão, utilizando a metáfora do “Cão Negro” para mostrar como a doença afetou sua vida.
“Sempre que o cachorro aparecia, eu me sentia vazio e a vida parecia torna-se mais lenta. Ele me surpreendia com uma visita, sem razão ou ocasião. O Cão Negro me fazia parecer e me sentir mais velho do que eu era. Enquanto o resto do mundo parecia aproveitar a vida, eu via tudo através do cachorro. Atividades que antes me traziam prazer, subitamente pararam de fazê-lo.”
O personagem segue narrando sobre como os sintomas e dificuldades causadas pela doença foram aumentando a ponto dele se questionar qual o motivo da vida.
Na segunda parte do vídeo, fica clara a verdadeira mensagem, a narrativa torna-se mais otimista e esperançosa, onde o personagem mostra a virada da vida dele em relação ao “Cão Negro” no momento que ele procurou ajuda profissional.
“Foi quando procurei ajuda profissional. Meu primeiro passo para me recuperar e uma reviravolta em minha vida. Descobri que não importa quem você é, o Cão Negro afeta milhões de pessoas. Todos podem ser afetados por ele. Não existe pílula mágica, medicação ajuda alguns, outros precisam de outra abordagem. Não importa quão ruim a sua vida esteja, tomar os passos certos e conversar com as pessoas certas fazem os dias de cão passar.”
O vídeo repercutiu no mundo todo pela mensagem direta que o tema é abordado. O preconceito, a falta de informação ou a falta de diálogo são fatores que contribuem para que a doença continue afetando a vida de tantas pessoas.
SOBRE A DEPRESSÃO
A depressão é um grave problema de saúde pública em todas as regiões do mundo. Esta afirmação vem do relatório realizado em 2011 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a doença.
O estudo constatou que 5% da população mundial sofre ou já sofreu de depressão, o número de mulheres afetadas é 50% maior do que o dos homens e sua incidência sobre os jovens vem crescendo a cada ano. Considerada uma doença grave, a depressão pode causar desde a invalidez laboral ao óbito por suicídio. Em uma projeção feita em 2014, a OMS afirmou que a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030.
DEPRESSÃO NO BRASIL
No Brasil, 7,6% dos adultos já foram diagnosticados com depressão, o que equivale a 11 milhões de pessoas (IBGE, 2013). E 11,88% dos que sofrem com a doença no país têm limitações graves em suas atividades por conta disso.
No Brasil, 7,6% dos adultos já foram diagnosticados com depressão, o que equivale a 11 milhões de pessoas (IBGE, 2013). E 11,88% dos que sofrem com a doença no país têm limitações graves em suas atividades por conta disso.
Apesar de já atingir um percentual da população similar ao da diabetes no país, o serviço público de saúde não está preparado para atender a demanda dos pacientes depressivos. Esta realidade prejudica a realização do diagnóstico precoce, um passo muito importante no tratamento da depressão. A OMS estima que, no Brasil, o paciente demora em média um ano com a doença até ser diagnosticado, o que agrava consideravelmente o quadro e torna a sua recuperação mais lenta.
“O governo precisa rever sua política de saúde mental, abandonar posturas meramente ideológicas que são extremamente nocivas à população. É preciso admitir o erro e corrigi-lo, reabrir leitos psiquiátricos, aumentar o número de hospitais e não diminuí-lo.” – afirma o psiquiatra Luiz Fernando Pedroso, Diretor Clínico do Espaço Holos.
DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO
O problema do diagnóstico na depressão decorre de alguns fatos: a depressão é facilmente confundida com tristeza; o paciente não consegue identificar algo de errado consigo mesmo; mesmo quando o paciente tem ciência do problema, a vergonha pode inibi-lo a solicitar ajuda; as pessoas em volta do paciente tendem a banalizar a situação, achar que tudo não passa de uma postura negativista sobre a vida escolhida pelo próprio paciente. Na opinião de Pedroso, é preciso atentar para os sinais comportamentais dados pelo paciente.
“Para perceber não é tão difícil, porque o comportamento muda, altera a rotina, a pessoa fica com condutas mais extravagantes e anormais, isso facilmente chama a atenção”.